Mãe de Bebê Reborn Solicita Licença-Maternidade na Justiça
- Comunicação VF - Portal de Notícias
- 29 de mai.
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Um caso curioso e inédito chamou a atenção do Brasil nesta semana. Uma recepcionista de 35 anos, residente em Salvador (BA), entrou com uma ação na Justiça do Trabalho solicitando licença-maternidade de 120 dias com base em seu vínculo afetivo com uma bebê reborn — bonecas hiper-realistas que imitam bebês reais.
Segundo a mulher, ela considera a boneca como sua filha, mantendo todos os cuidados e rotinas semelhantes às de uma maternidade real. A empresa onde trabalha negou o pedido, alegando que ela “não é mãe de verdade”, o que motivou a ação judicial. Além da licença, ela também solicita indenização por danos morais no valor de R$ 10 mil e a rescisão indireta do contrato de trabalho.
O processo tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5), e levanta reflexões sobre até onde o ordenamento jurídico deve ir no reconhecimento de vínculos afetivos não convencionais.
As bebês reborn são amplamente utilizadas em terapias de luto, perdas gestacionais e distúrbios emocionais. Apesar de não serem "filhos" no sentido legal, os vínculos emocionais criados por algumas pessoas com essas bonecas podem refletir transtornos socioemocionais profundos, como solidão crônica, ansiedade e despersonalização.
Em entrevista ao portal Terra, a psiquiatra Luana Dantas, coordenadora do Núcleo Infantojuvenil da Holiste Psiquiatria, alertou para os riscos de tratar a boneca como se fosse um bebê real:
“Em contextos específicos, como em lares de idosos, clínicas ou com mulheres que passaram por perdas gestacionais, as bonecas reborn podem ser utilizadas de forma terapêutica e simbólica, ajudando a reorganizar o emocional da pessoa. Elas podem servir como um apoio transitório para a elaboração do luto, da solidão ou da ansiedade”, explica a especialista.
📌 O VF - Portal de Notícias do Vale do Araguaia seguirá acompanhando este e outros casos semelhantes, atentos não apenas às decisões da Justiça, mas, sobretudo, ao posicionamento de especialistas da saúde mental, que já apontam esse tipo de comportamento como um possível reflexo do que pode ser considerado o mal do século — o isolamento emocional e a dificuldade crescente de lidar com vínculos humanos reais.
🧠 O caso acende um alerta: até que ponto o emocional fragilizado deve ser assistido — e onde está o limite entre o simbólico e o patológico?
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